terça-feira, 27 de março de 2018

Jardim das Preguiças de Barra Mansa-RJ

Nosso Parque Centenário




Em 1874, chega em Barra Mansa o notável botânico francês August François Marie Glaziou, convidado pelo homem público Joaquim Leite Ribeiro de Almeida, para projetar o nosso Parque. Glaziou havia terminado a reforma do Campo de Santana, no Rio de Janeiro, e teve pela frente uma tarefa difícil, já que o local escolhido era um terreno alagadiço, defronte ao Paço Municipal.

Terminado o projeto, iniciou-se o plantio da área, tendo Glaziou trazido espécies de vários lugares do mundo, como a Canforeira do Ceilão, as Figueiras da Índia, as Palmeiras Imperiais das Antilhas, as Esterculas Fétidas da China (ainda existente), e as primeiras mudas de Eucaliptos Australianos que foram plantadas no Brasil. Dotou o Parque do famoso lago em estilo francês, bem como construiu o coreto para apresentações musicais.

Em seguida Glaziou partiu, deixando para a cidade sua bela obra verdejante. Com o passar dos anos, nosso parque sofreu sucessivas reformas que o descaracterizaram, chegando a ponto de ter em seu interior, banheiros, que, pelo descuido, se transformaram em verdadeiras latrinas, bem como uma absurda quadra de esportes.

A primeira reforma ocorreu em 1914, outra em 1922, outra em 1932, a maior em 1949 e a última em 1991. Do projeto original de Glaziou, quase nada restou, nem mesmo as quatro valiosíssimas estátuas em porcelana de Sèvres, colocadas por ele – uma em cada canto do parque, representando as quatro estações do ano.

Nosso parque era inicialmente conhecido como ‘Jardim de Baixo’, já que havia o ‘Jardim de Cima’, hoje Praça Ponce de Leon. Em 1922, em homenagem ao Centenário da Independência do Brasil, o Governo Municipal decidiu denominá-lo de ‘Parque Centenário’, atendendo a campanha desenvolvida pelo jornal ‘A Gazetinha’, tendo a Placa denominativa sido ofertada e colocada pelo Sr. Arthur Chiesse.

Algum tempo depois, mudou-se a denominação para Praça Feliciano Sodré, em homenagem ao então Governador do Estado. Em 1932, no ano do Centenário de Barra Mansa, o Prefeito Izimbardo Peixoto, através de Lei Municipal, devolveu a denominação de ‘Parque Centenário’ ao aprazível logradouro, lei que vige até hoje.

Em função da importância histórica do local, é mister que todos que amam Barra Mansa não permitam que: o parque seja chamado de Jardim das Preguiças, já que lá existem também micos, pombos, cotias, etc, que fariam jus a tal denominação; não permitam a construção de banheiros dentro do parque, ou a colocação de brinquedos no local.

Nosso parque é parque para reflexão e descanso, e não parque de diversões. Que se replante o parque com árvores frondosas, se evitando os claros em seu interior, ocasionados pela não reposição das árvores que morreram.

Fonte: Jornal “Memória Barramansense” nº 10


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